Como funciona o motor flex?

O carro flex (flexível em combustível) foi criado nos Estados Unidos em 1990. O motivo da criação era o de os americanos poderem abastecer seus carros com etanol alem da gasolina (por causa da enorme dependência dos países membros da Organização do Países Exportadores de Petróleo chamada de OPEP).
Os fabricantes então colocaram a disposição dos consumidores carros que chamarão de flexible-fuel vehicles (FFV) o qual podia rodar tanto com gasolina como com etanol contendo 15% de gasolina, chamado de E85 justamente por conter 85% de etanol e 15% de gasolina.

O gerenciamento eletrônico no motor foi o que tornou possível a criação dos motores flex.  O processo foi iniciado na segunda metade dos anos 1970 que se aperfeiçoou e se consagrou 10 anos depois. Este processo foi criado pois a formação da mistura ar-combustível não obedecia mais os princípios físicos do funcionamento do carburador, mas sim através de um volume de combustível injetado segundo a determinação de um computador chamado módulo de controle (ECM).
O ECM calcula o combustível a ser injetado respeitando a relação ar-combustível ideal (relação estequiométrica), onde aproveita-se o combustível da melhor forma possível sem que haja excesso  ou falta de ar.  A relação estequiométrica da gasolina é de 14,7:1 (14,7 partes de ar para 1 parte de combustível) e a do etanol é de 9:1 pois contém uma molécula de oxigênio na sua formula molecular.
O ECM também consegue obter (através de sensores) o quanto o acelerador está aberto, as rotações por minuto (rpm), a pressão no coletor de admissão, a temperatura do ar que o motor admite, a do líquido arrefecedor, o tipo de combustível no tanque através da condutividade elétrica diferente entre a gasolina e o etanol (medido por um ohmímetro colocado dentro do tanque) e a mistura ar-combustível que está sendo queimada utilizando um sensor de oxigênio localizado antes do catalisador (consegue detectar através da maior ou menos quantidade de oxigênio na queima do combustível passando essa informação ao ECM sendo então providenciado o ajuste necessário em poucos segundos).
Para que o ECM fique atento a uma possível mudança de combustível ao abastecer o carro, é mandado um sinal elétrico da bóia do medidor de combustível, informando que houve variação do nível de combustível (utilizado para acelerar o processo de identificação do combustível e correção da queima no motor).

Desde que surgiu, o carro flex vem cada vez mais sendo utilizado pela população (principalmente a brasileira com as constantes mudanças que vem acontecendo no preço dos combustíveis), podendo assim conseguir uma melhor economia financeira tendo dois combustíveis como opção.